Foram meses de trabalho para dar vida ao espaço da memória, aberto agora ao público na quadra do Cacique de Ramos. Berço de músicos e ícone pop do Rio de Janeiro, a história do bloco de carnaval de rua nascido no início dos anos 1960 na zona norte da capital fluminense continua mantendo seu charme intacto. Vale a pena ir ao Ramos nos domingos de feijoada (geralmente no terceiro dia do mês), para respirar plenamente a atmosfera que inspirou artistas como Beth Carvalho e Zeca Pagodinho. É nessas ocasiões, ao ritmo de samba e pagode, que o bairro vira uma família e a vontade de se divertir se torna contagiante.
É com esse espírito que o bloco olha para o seu futuro com atividades de educação musical com os alunos da Escola Municipal Clovis Bevilaque (próximo à quadra), que aprendem a tocar instrumentos de percussão, formando uma mini bateria.
Não há estrangeiros no Cacique de Ramos, até porque os grupos que o fundaram olharam para o Brasil quando criaram o primeiro núcleo. O que distingue esta roda de samba, capaz de atrair milhares de pessoas durante o carnaval no centro da cidade, são, na verdade, os cocares dos indígenas norte-americanos, que durante os desfiles se dividem em alas, dos apaches até os comanches.